10/12/2014 17h56
- Atualizado em
10/12/2014 17h56
James Watson foi premiado em 1962 por descoberta de estrutura do DNA.
Homem mais rico da Rússia, Alisher Usmanov diz que quis 'apoiar ciência'.
Imagem cedida pela casa de leilões mostra a medalha do Prêmio Nobel que James Watson ganhou em 1962 e que foi vendida por US$ 4,75 milhões (Foto: AP Photo/Christie’s) |
O controverso geneticista americano James Watson, que leiloou a medalha
do Nobel que ganhou por US$ 4,75 milhões, poderá recuperar o prêmio,
que lhe foi devolvida pelo comprador, o homem mais rico da Rússia, Alisher Usmanov.
"O comprador (...) Alisher Usmanov comprou a medalha para devolvê-la ao
dono", anunciou nesta quarta-feira (10), em um comunicado, a holding
USM, pertencente ao magnata da metalurgia e da internet, que tem uma
fortuna estimada pela revista Forbes em US$ 18,6 bilhões.
"Assim, conforme seu projeto original, o professor Watson poderá dar o
produto de sua venda a institutos de pesquisa", prosseguiu o comunicado.
James Watson, geneticista e bioquímico, hoje com 86 anos, conquistou o
Nobel de medicina e fisiologia em 1962, após ter co-descoberto, em 1953,
a estrutura da dupla hélice do DNA, uma das maiores descobertas
científicas da história da humanidade.
Em 2007, ele foi muito criticado pelas declarações dadas ao jornal
Sunday Times, nas quais deu a entender que os africanos eram menos
inteligentes que os ocidentais, e precisou deixar a presidência do Cold
Spring Harbor Laboratory (CHSL) de Long Island, perto de Nova York.
Sua medalha do Nobel, feita em ouro 23 quilates, de 6,6 centímetros de
diâmetro, representando o perfil esquerdo de Alfred Nobel foi, segundo a
Christie's, a primeira já vendida em leilão com o premiado ainda vivo.
Ela foi adquirida em 4 de dezembro em questão de minutos e o nome do
comprador ficou em segredo até o anúncio de Usmanov.
James Watson admitiu ao Financial Times que vendeu sua medalha porque
precisava de dinheiro, após ter sido excluído de várias sociedades. Mas
segundo o The New York Times, o geneticista procurava com a venda uma
espécie de reabilitação.
O multimilionário e filantropo russo de 61 anos afirmou, por sua vez,
que queria prestar uma homenagem às pesquisas do cientista e apoiar a
ciência.
"Suas pesquisas contribuíram para a luta contra o câncer, doença que
matou meu pai. É importante para mim que o dinheiro que gastei nesta
medalha beneficie a pesquisa científica e que a medalha permaneça com
quem a mereceu tanto", disse Usmanov.
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